21 de jun. de 2010

Vacinas - Histórico e como agem

Um breve histórico sobre a vacina

Os primeiros casos de imunização ocorreram na China antiga. Os chineses trituravam cascas das feridas produzidas pela varíola e sopravam o pó através de um cano de bambu diretamente nas narinas das crianças. Essa técnica foi difundida por vários povos, até se tornar popular na Europa. Em 1798, o médico inglês Edward Jenner anunciou na Academia Real de Ciências a criação do primeiro imunizante contra a varíola. As experiências começaram 20 anos antes, quando ele observou que um número expressivo de pessoas que haviam tido contato com vacas contaminadas com um mal parecido com a varíola, mas que não causavam a morte dos animais (a cowpox), se tornaram imunes a varíola humana. Ele então passou a contaminar as crianças com o vírus da cowpox, através de um pequeno corte no braço. A experiência funcionou e Jenner deu o nome ao material de vaccine, derivado do termo grego vacca e chamou o procedimento de vaccination. Em 1885, o cientista francês Louis Pasteur comunicou à Academia de Ciências um imunizante contra a raiva, que batizou de “vacina” em homenagem a Jenner. Mas ao contrário do médico inglês que criou a vacina de forma puramente empírica, Pasteur desenvolveu a substância preventiva após anos de estudos científicos sobre a doença. No Brasil, o sanitarista Osvaldo Cruz convenceu o congresso a aprovar a lei da Vacina Obrigatória, que permitiu as brigadas sanitárias a entrarem nas casas acompanhadas de policiais para aplicar a vacina à força. A lei provocou indignação na população do Rio de Janeiro, que se rebelou contra o Governo, a qual ficou conhecida a Revolta da Vacina, uma das mais importantes manifestações populares da história do país. Os manifestantes depredaram bondes e lojas e tentaram invadir as sedes de órgãos do Governo. Mais de 30 pessoas morreram e 110 ficaram feridas, centenas de manifestantes foram presos e muitos outros deportados para o Acre. Depois de conter a rebelião, o Governo voltou a vacinar a população sem novos distúrbios. Em 1909, Albert Calmette e Camille Guerin, do Instituto Pasteur comunicaram à Academia de Ciências Francesa o desenvolvimento da vacina contra a tuberculose, a BCG. O primeiro imunizante bacteriano atenuado só foi introduzido no Brasil em 1925. Em 1936, Max Theiler e Henry Smith, da Fundação Rockefeller, criaram a cepa 17D da febre amarela, que é um vírus atenuado por passagens sucessivas em cérebros de ratos e embriões de galinha. No ano seguinte, a vacina foi testada pela primeira vez no Brasil. A vacina contra a febre amarela foi a primeira no mundo a usar o sistema de lotes-sementes, isto é, os lotes originais do vírus atenuado que são submetidos a uma nova passagem em ovos embrionados, dando origem a lotes secundários que servirão de fonte para a produção do imunizante. Em 1942, os imunizantes contra o tétano, a difteria e a coqueluche foram reunidos em uma única vacina, a tríplice DPT, a primeira no mundo a imunizar contra mais de um microrganismo. Em 1949, Jonas Salk desenvolveu uma vacina contra a poliomielite a partir de vírus completamente inativos (“vírus mortos”). No mesmo ano, Albert Sabin criou a vacina atenuada contra a polio, a primeira a ser aplicada via oral. Em 1974, uma epidemia de meningite meningocócica tomou conta do Brasil, e o governo militar censurou qualquer menção do caso nos meios de comunicação. Enquanto o problema se concentrava nas áreas mais carentes, a proibição funcionava, mas quando as mortes começaram a acontecer em bairros nobres do Rio de Janeiro e São Paulo, a notícia se espalhou e a opinião pública se rebelou. Acuados, os militares importaram imunizantes e fizeram uma grande campanha de vacinação. Em 1980, o Brasil adotou a estratégia de campanhas e criou dias nacionais de vacinação contra a poliomielite. Com isso, houve uma grande redução na incidência de algumas doenças (de 1290 casso para 125). O sucesso fez com que vários países do continente copiassem a iniciativa do Brasil e em 1989 foi registrado o último caso de poliomielite no Brasil.


O que é vacina?

A vacina é uma substância produzida a partir de microrganismos (vírus, bactéria ou parte deles) inativados (“mortos”) ou atenuados (“enfraquecidos”).


Como age a vacina

Ao ser introduzida no corpo, a vacina estimula o sistema imunológico a produzir células, estas se organizam como um exército, sendo que cada grupo tem a sua função. Algumas são encarregadas de receber ou enviar mensagens de ataque, ou mensagens de supressão (inibição), outras apresentam o “inimigo” ao “exército” do sistema imune, criando uma memória com a relação de todos os microrganismos (“inimigos”) que o sistema imunológico já combateu, outras células só atacam para matar, outras ainda produzem substâncias que neutralizam os microrganismos ou substâncias liberadas por eles.


Texto: Nataly Alves Melo - Bióloga

Fontes



Acesso 14/06/10





Acesso: 17/06/10

Um comentário:

Deixe aqui sua opinião e sugestão sobre o site!